Numa cidade estranha, evito os transportes públicos e faço sempre um reconhecimento a pé. Nesta, em particular, desenhar o mapa com a sola dos sapatos é tarefa fácil. Mil passos para o lado - água! Dois mil passos para o outro - água!
Passei os últimos dias neste jogo de batalha naval e de cabeça fui escrevendo histórias que aconteceram à minha frente, ou que nunca aconteceram em lado nenhum. À mesa, frente a mais uma refeição escolhida do menú por intuição ou gosto pela musicalidade do nome, escrevinhei frases nos recibos amachucados que vão servindo de fundo à minha mala. No fim, e se alguma vez eu relesse tudo aquilo, nada rimaria com nada - frase alguma casaria com outra.
Chegada ao hostel, deito tudo no lixo juntamente com uma garrafa de água vazia e uma caixa de chicletes meio apagada. Não apagada no sentido de um cigarro apagado, apagada como a tinta desaparecida de um bilhete de cinema, que usamos como marcador daquele livro que nos acompanha em viagem.
Para onde vão as histórias quando não são escritas? Talvez vão à procura de alguém mais crente. Quem sabe ainda as encontro por aí, num livro de contos ou num blogue ao acaso...?
* Procuram-se: cinco estradas desertas e uns sapatos confortáveis
Será que se eu fosse passar uns dias em Montevidéu eu iria descrever a estadia tão bonito como vc descreveu?
ResponderEliminarGostei das fotos...mas elas passam a idéia de que está frio aí. Um tempo com cara de Curitiba mesmo.
CADE O CALOR DO MUNDO?
hehehhe